Conhecer e Respeitar o Limite Entre Nós e as Pessoas com as Quais Convivemos

“O Mendigo e o Barbante”

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    Antônio era um homem muito dedicado à família.

    Ele acreditava que a maior herança que deixaria para seus filhos era uma boa educação: por isso, pelo menos uma vez por semana, Antônio os levava para passear pela cidade onde morava, aproveitando as oportunidades do momento para dar-lhes lições de vida.

    Um dia, num desses passeios, pai e filho caminhavam pelo centro da cidade, quando se depararam com um mendigo que morava numa calçada debaixo de um viaduto. O pedinte havia limitado o lugar onde dormia com um cordão, formando um retângulo diante do qual os transeuntes desviavam “obrigatoriamente” o percurso.  No interior do espaço demarcado, ele guardava seus pertences. Lá havia um colchão onde dormia, uma caixa de papelão onde guardava suas roupas e uma vassoura.

    Antônio percebeu que poderia usar a situação para ensinar algo para seus filhos e, assim, se deteve ali mais um tempo.

    Nesse momento, o pedinte apanhou a vassoura e passou a varrer, cuidadosamente, o espaço que formava o retângulo e no qual estava inserido.

    Uma das crianças olhos para o pai e disse:

    – Papai, por que esse moço colocou o cordão no meio da calçada por onde tanta gente passa?

    – Esse cordão serve para sinalizar o espaço em que ele dorme e guarda os seus objetivos pessoais, meu filho! – disse Antônio.

    A criança continuou falando:

    – Mas a calçada não é dele!

    – Você tem razão meu filho – respondeu o pai – , a calçada é pública, mas como ele não tem onde morar utilizou parte deste espaço para fazer sua casa. Aquele barbante serve para alertar as pessoas, que passa, por ali, de que precisam respeitar o que há no interior do retângulo. Ele sinaliza até onde pode ir.

    Antônio continuou falando, enquanto os filhos escutavam, atentamente, mais uma lição de vida:

    – Meus filhos, esta situação que vocês presenciaram agora faz parte do relacionamento entre as pessoas. O ser humano possui necessidade de ter privacidade e de ser respeitado. Para que os nossos relacionamentos tenham paz e harmonia é preciso imaginar em volta de cada pessoa esse cordão que sinaliza até onde podemos chegar. É uma questão de limite, de território e de alerta.

    Nesse instante, as crianças abraçaram o pai agradecendo por ele ensiná-las tantas coisas importantes. E assim Antônio continuou seu passeio com o coração cheio de alegria por ter percebido que seus filhos aprenderam mais uma lição de vida, talvez uma das mais essenciais: ” A lição dos limites entre pessoas”.

Releia essa história, analisando o que ela tem a ver com você.
Use as perguntas abaixo para auxiliar sua reflexão.

  1. O que você pensa sobre a expressão: o meu limite termina quando o limite começa o do outro?
  2. Nas ocasiões em que você se sentiu invadido de que maneira sinalizou seu território?
  3. Quando as pessoas reclamam de suas atitudes, você considera a possibilidade de ter invadido o espaço delas?

Para auxiliar na sua transformação interior

  1.  Procure observar o cordão invisível em torno das pessoas com as quais você convive.
  2. Imagine que as pessoas são “seres” distintos de você e têm necessidade de crescer afetivamente, construindo suas vidas a partir da própria experiência.
  3. Procure deixar claro para as pessoas com as quais você convive até a onde elas podem ir, a fim de evitar que invadam o seu espaço e a sua privacidade.

Essa história faz parte do Livro ” A TERAPIA DAS HISTÓRIAS” Dra. Maria Salette.

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