“Só Corremos Atrás do que Precisamos, Quando Temos a Consciência de que Nos Falta Algo”

“O Botão Perdido”

    Lia era uma faxineira extremamente cuidadosa. nunca lhe faltava trabalho, pois todos reconheciam sua organização e limpeza impecável. Costumava chegar ceda à casa de seus clientes e só saía deixando tudo muito bem arrumado. Quando varria ou aspirava o chão, tomava muito cuidado para não jogar fora nada de valor, por isso, sempre observava o lixo antes de jogar na lixeira.
Um dia, quando limpava o chão da sala da recepção de uma empresa, encontrou um pequeno botão, que parecia de uma camisa social; como havia, na sala ao lado, um grupo de executivos, ela pensou que poderia ser de um deles, e, abrindo a porta da sala, anunciou que havia encontrado um botão. Os homens, que se encontravam em reunião, continuaram seus discursos, desprezando, até mesmo, a presença da faxineira, que voltou a fazer o seu trabalho.
Após a reunião, um dos executivos escreveu a ata e pediu para que todos assinassem aquele documento,; foi então que um deles observou a falta de um botão no punho de sua camisa.
Era uma camisa importada, caríssima, que recebera de presente da sua esposa, cujo botões eram bem diferentes dos encontrados nas camisas comuns, e dificilmente acharia outro igual para repor. Nesse momento, lembrou-se da faxineira e, sem perder tempo, saiu à sua procura.
Naquele dia Lia precisou sair cedo, e o homem teve que esperar ela voltar no dia seguinte para reaver o botão.
Na manhã seguinte, ele foi falar com ela.
Como Lia era muito cuidadosa, havia guardado o botão numa gaveta e logo tratou de devolver para seu dono.
– É esse botão que o senhor estava procurando? – indagou sorridente.
– Sim! – respondeu o executivo, aliviado. – Obrigado por não ter jogado fora!
Ainda sorrindo, Lia concluiu a conversa dizendo:
– Da próxima vez, antes de desprezar aquilo que alguém lhe oferece, procure olhar para si mesmo a fim de verificar se realmente isso não lhe serve.
E com toda simpatia, que sempre lhe foi peculiar, a faxineira se despediu, retomando seus afazeres.
Aquele homem nunca mais esqueceu aquela situação, passando a contar essa história do “botão perdido” em suas reuniões de negócios. Quando desejava falar sobre a importância das pessoas procurarem conhecer as próprias necessidades, dizia:
– Só sentimos o valor de um botão quando percebemos que precisamos de um em nossa roupa.

Essa história faz parte do Livro ” A TERAPIA DAS HISTÓRIAS” Dra. Maria Salette.

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